O auditório lotado de estudantes, pesquisadores e professores marcou o final das apresentações do segundo dia da IV Conferência Brasileira de Mídia Cidadã. A pesquisa Da ostentação ao hiperconsumo: o cidadão em busca da felicidade, apresentada pela mestranda Suelen Brandes, da Umesp/SP, tratou da construção do que hoje se pode chamar de “consumidor consciente”. Brandes se baseou em teóricos como Canclini, Baudrillard e Lipovertsky para entender o processo de evolução do consumo. Segundo a mestranda, três etapas histórico-sociais podem ser identificadas na trajetória do consumo: a sociedade de consumo de massa; a sociedade da abundância; e a sociedade do hiperconsumo. Para ela, hoje as pessoas compram objetos para a melhoria de vida, e a pluralidade de produtos ofertados dá ao consumidor o poder de escolha. Em contrapartida, esse mercado torna o indivíduo dependente e frustrado. “A sociedade vive um paradoxo”, completou. Como conclusão, Brandes acredita em um ponto de equilíbrio entre a cidadania e o hiperconsumo.
Paola Madeira, mestranda da Unisinos/RS, mostrou a pesquisa Sociedade civil, digitalização e movimentos midiáticos estruturantes. Com o pedido inicial de sugestões e críticas para o engrandecimento do trabalho em construção, Paola Madeira concentrou sua pesquisa no tripé Estado, sociedade civil e mercado. Focada na questão da tv digital e em como as entidades vão se manifestar para a discussão sobre o tema, a mestranda questionou a falta de abertura na sociedade e o enfraquecimento dos debates sobre a implementação da tv digital.
Os projetos Fala Kbeça e Cineclube Kbeça foram divulgados e comentados pelo integrante do Centro de Referência da Juventude do Espírito Santo, Maxlander Gonçalves. O Cine Kbeça é um projeto de cinema popular e itinerante. Os idealizadores do projeto selecionam um filme, de preferência nacional, que é exibido para um grupo de jovens e discutido após a sessão. Os temas são os mais variados e têm em comum as questões que envolvem a juventude. “O objetivo é empregar o meio audiovisual como recurso pedagógico e busca ampliar o acesso das pessoas ao cinema”, pontuou. Já o projeto Fala Kbeça, é uma revista de assuntos diversos que dizem respeito ao universo da juventude. Ainda em construção, os produtores da revista discutem da prática jornalística à importância e implicações da comunicação em nossa sociedade.
O último trabalho apresentado no Mini-auditório I foi o da mestranda Nívea Canalli. A paranaense não pôde comparecer pessoalmente e enviou um vídeo para ser exibido na sala. A pesquisa A comunicação e o comunicador nas ONGs sociais trata da relação das organizações não-governamentais com a imprensa e as conseqüências dessas relações. Canalli ainda comenta o fato de empresas privadas patrocinarem projetos com interesse na “responsabilidade social”.
Por Ana Paula Almeida
Foto: Aline Lemos
1 comentário:
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