“Boa vizinhança: possibilidades de uma formação cidadã”. Esse foi o tema do último trabalho a ser apresentado no quinto Grupo de Trabalho (GT5), na manhã desta sexta-feira (17). O representante do projeto, Guilherme Moreira, falou da possibilidade de uma "formação cidadã" expressada por meio da folkcomunicação (canais preservados pelos grupos marginalizados para expressar sua resistência à cultura dominante ) e da comunicação comunitária. A idéia é estabelecer uma mediação entre os conhecimentos adquiridos em sala de aula e os grupos que não têm acesso à informação, utilizando espaços públicos, como os jornais locais, para superar os problemas dos segmentos sociais excluídos. E, desta maneira, ampliar o exercício da cidadania e fazer valer o interesse público. “ Se o acesso à informação e à comunicação é um direito do cidadão, essa aparente confusão talvez expresse o desafio do local, cada vez mais ser produzido a partir da comunidade. Para isso é preciso, antes de tudo, garantir aos vários atores o seu direito de comunicar”, pontuou Moreira.
Após a apresentação de Moreira, teve início a rodada de discussão sobre todos os trabalhos apresentados no GT5. Cicilia Peruzzo, da Cátedra Unesco/Umesp, abriu o colóquio falando do papel da universidade, o que foi e o que ela é hoje, destacando a importância do espaço acadêmico para uma formação cidadã. Já Yvana Fechine, ressaltou a repercussão do que está sendo feito hoje dentro da academia. “Vou citar a palestra do Jonh Downing , em que ele fala que os cursos de comunicação correm o risco de alimentarem um certo cinismo. Enquanto algumas disciplinas mostram a realidade nua e crua, outras ensinam a fazer tudo exatamente igual. O que nós precisamos fazer é estimular novas práticas comunicacionais”, afirmou Fechine. “Temos que lutar por políticas públicas na comunicação, para não nadar, nadar e morrer na praia. Precisamos, sim, nadar com mais gente, mais articulados”, disse Luciana Rabelo, representante do Ventilador Cultural. ”É necessário que esses pensamentos cheguem a outros atores sociais para que se possa alterar, de fato, a realidade política e social dessas comunidades”, acrescentou Fechine.
Por Karla Vasconcelos
Foto: Aline Lemos
Sem comentários:
Enviar um comentário