sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Diversidade de temas no campo da comunicação




A apresentação do Jornal Voz da Comunidade, do pernambucano Aglailson José, abriu as apresentações do sexto Grupo de Trabalho (GT6), na manhã desta sexta-feira (17). Produzido e distribuído em Feira Nova, agreste de Pernambuco, o Jornal Voz da Comunidade é um espaço de diálogo e interação entre as diversas vozes que compõem a comunidade. Surgiu da iniciativa de jovens voluntários dispostos a elaborar uma maneira de fazer comunicação como objeto de transformação social, saindo dos moldes da manipulação da notícia e contribuindo com a idéia de comunicação como direito humano. A comunidade participa diretamente da produção do jornal com sugestões de pauta e críticas.


O segundo trabalho apresentado no Mini-auditório II foi "As resistências no/do livro-reportagem Rota 66: discurso jornalístico, ideológico e cidadão", por Ariane Pereira, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (PR). Ela discursou sobre os movimentos de resistência encontrados no livro Rota 66, do jornalista Caco Barcellos. Considerando o poder do discurso da objetividade jornalística e os poderes que produzem e mantêm as desigualdades sociais, Ariane Pereira identifica a posição do autor no livro. “Barcellos está do lado das pessoas que morreram injustamente, das famílias que sofreram essa perda”, pontuou. Para ela, o descontentamento do autor com a polícia e as experiências da infância influenciaram a escrita do jornalista.


Voltado à construção de uma sociedade mais preocupada com a situação ambiental, Zoraia Nunes, da Faculdade Evolutivo, do Ceará, apresentou o trabalho "Cidadania 'verde': as estratégias comunicativas de um movimento ambiental poliglota". O Movimento Pró-Revitalização Pólo de Lazer da Avenida Sargento Hermínio, encabeçado por Zoraia Nunes, já desenvolveu diversas ações voltadas à preservação do local. Segundo a cearense, o Pólo de Lazer abriga uma das últimas áreas verdes da zona oeste de Fortaleza, porém, está em processo de abandono e funciona como depósito de animais e abrigo para os moradores de rua da região. Carnaval ecológico, catalogação de árvores com ajuda de crianças de escolas públicas, mostras de cinema e a formulação de um documento com informações técnicas sobre a degradação do Pólo foram conquistas essenciais para a maior vitória do movimento. Assim, a prefeitura da cidade desistiu de construir um ginásio e começou a revitalização do espaço.


Por Ana Paula Almeida
Foto: Aline Lemos

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