Ainda na tarde da quinta-feira, três projetos comunitários foram apresentados: a TV Janela, de Fortaleza, O Coletivo Gambiarra, da comunidade Chão de Estrelas, em Olinda, e o trabalho de pesquisa universitária Exercícios do Olhar, realizado no Coque, no Recife.
A TV Janela traz uma iniciativa realizada pelos moradores do bairro do Pantanal, em Fortaleza, inicialmente para tratar de assuntos relativos à moradia. A demanda por essa produção veio da própria comunidade. Estrutura, saneamento, entre outros temas relacionados com necessidades coletivas. Há também a divulgação de projetos artísticos locais, como de “djs” e “mcs”, além da exibição de vídeos, sejam produzidos localmente ou não.
O Coletivo Gambiarra é uma instituição que, apesar de declaradamente trabalhar dentro do sistema capitalista, seu trabalho não foge da ideologia comum às instituições comunitárias. O Gambiarra não funciona como ONG, mas o fruto de seu trabalho é como se fosse de uma organização não-governamental. O Coletivo é formado por artistas de diversas áreas (músicos, grafiteiros, designers, fotógrafos, entre outros), que se uniram e batalharam pela aquisição de equipamentos audiovisuais e formaram uma instituição com fins lucrativos, voltada também para a divulgação de idéias. Há também as parcerias com outras comunidades, o que facilita a troca de informações.
O trabalho de pesquisa universitária Exercícios do Olhar é realizado por estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o apoio do Núcleo Educacional de Irmãos Francisco de Assis (Neimfa). Por meio de pesquisas realizadas dentro da comunidade, com o mapeamento de “personagens”, a relação entre a imagem propagada pela mídia e a vivenciada, e da relação de necessidades que pudessem ser enumeradas, foram se criando meios de informar a população.
De início, houve a produção de um jornal impresso, por vários colaboradores da comunidade. Depois, passou-se à realização de um curso, pelo qual os moradores se apropriaram de técnicas necessárias a uma produção comunicativa local. Havia os universitários, trabalhando como monitores, e os alunos, moradores do próprio bairro, produzindo o conteúdo. Mesmo assim, o trabalho não tinha um cunho assistencialista.
O ponto em comum de todos esses trabalhos é a política de educação, aprendizado e cidadania, sem fugir à integridade necessária à inclusão social da população, por meio da comunicação.
Por Pedro Neto
Foto: Aline Lemos
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